“Ciganos” ou “Roma”? Apenas e tão somente uma reflexão.
“Ciganos” ou “Roma”?
Apenas e tão somente uma reflexão.
É uma grande e importante discussão! “A palavra correta é Cigano!”, dizem alguns. “Não! A palavra correta é Roma!”, dizem outros! Afinal, que impasse é esse? O debate acerca dos etnônimos que definem os chamados “ciganos” está longe de terminar, por isso acho que vale a pena refletirmos sobre algumas ideias que envolvem o assunto, epicentro de tensões e pilares de relações políticas, sociais e culturais internas, entre ciganos, e externas, entre ciganos e não ciganos. Particularmente entendo que é de suma importância dar ouvidos ao que um povo fala sobre si mesmo. Estou ciente que o termo “cigano” foi criado na Europa do século XV para identificar um grupo de “desconhecidos” que afirmavam serem originário do Egito. Também sei que com o passar do tempo e com um convívio marcado por conflitos e tensões de diversas naturezas o termo incorporou uma conotação racial – “a raça cigana” – e que isso contribuiu para a estigmatização e subsequente perseguição “dos ciganos”.
Ao estudar essa história toda e suas implicações
percebemos que o termo cigano teve um papel fundamental na construção
identitária do povo, bem como no desenvolvimento de seus mecanismos de relações
interculturais (Cf. SHIMURA, ARAÚJO, 2019). Sabendo de tudo isso assumo a
compreensão de que se um “cigano” diz ser “cigano” e não “Roma”, devo respeitá-lo.
Há quem rejeite o termo “Roma” como generalizante para designar “os ciganos”.
Há quem rejeite o termo “cigano” para designar “os Roma”! E viva a liberdade! E
viva a pluralidade!
Seja como for, não tenho nenhuma dúvida de que a imposição
de um termo sobre alguém (indivíduo ou coletivo) com o qual esse alguém não se
identifica é uma violência. Uma violência já sofrida pelos “ciganos” ao longo
da história. Chegamos, eu acho, num ponto da história em que isso não pode mais
se repetir. Ciganos para uns, OK! Roma para outros, OK! Calon para quem queira
ser assim chamado, OK! E outros...
Como um determinado povo se autodenomina? Calon, Rom, Banjara, Gitano, Cigano, Domani? É a
alteridade que vale, e do meu ponto de vista, pouco interessa o que a “linguagem
política internacional” apita... pouco interessa se alguns irão dar “piti” se o
“termo politicamente correto” não for usado de acordo com as “convenções”
alienadas da maioria das alteridades! O direito de autonominação prevalece! Ou
não?
Pensando no contexto brasileiro é importante
considerar que os etnônimos ciganos estão em meio a questões linguísticas e
políticas. Linguísticas porque em cada segmento étnico cigano brasileiro existe
um dialeto de seu idioma coletivo. Políticas porque a nomeação de um grupo está
totalmente e diretamente ligada ao tipo de relação que o Estado terá esse grupo.
Antes de continuar, acho necessário dizer que os
principais grupos ciganos no Brasil são os Calon e os Rom. Ponto! Há muitos
anos, por influência do saudoso Frans Moonen (2000), fala-se nos “assim
chamados ciganos, Calon, Rom e Sinti”. Oras, conheço alguns Sinti brasileiros,
mas não se organizam em comunidades, são indivíduos e, diga-se de passagem, são
alguns poucos indivíduos – e muitos discretos, às vezes até ocultando a
identidade por orientação dos pais e avós, que sofreram forte perseguição em seus países
de origem. Dentre esses poucos, há um ou outro (e é bem isso mesmo, “um ou
outro”!) interessado em acompanhar os debates e desenvolvimento político do
universo ativista cigano brasileiro. Não sou contra citá-los na pequena
“lista de povos ciganos no Brasil”, mas penso que se for assim então que também
sejamos justos e citemos os indivíduos Banjaras (ciganos indianos), os indivíduos
Gitanos (ciganos espanhóis) e os indivíduos Romanichal (alguns ingleses e
franceses) que vivem neste país, pois que também mereciam ser reconhecidos.
Com isso quero dizer que podemos tratar da “lista
cigana” 1) numa perspectiva “política-estatística”, considerando os grupos que
efetivamente estão conectados com a temática e ativismo de direitos, ou seja,
os Calon e os Rom, e/ou 2) podemos tratar da questão com um olhar mais
antropológico/sociológico considerando os diferentes grupos representados às vezes por “um ou dois” indivíduos geralmente desinteressados na temática dos
direitos ciganos no Brasil – e nesse caso nossa lista não poderia ser a mesma
de Moonen (Rom, Calon e Sinti), mas outra: “os assim chamados ciganos – Rom,
Calon, Sinti, Banjara, Gitanos, Romanichal e algum outro que porventura
tenhamos esquecido!”. Portanto, preferindo a primeira opção, mais assentada no
cenário político, estatístico e cultural “dos ciganos brasileiros”,
considerarei somente os que evidentemente estão envolvidos de forma mais estabelecida
no ativismo político e que é, a princípio, o que nos interessa aqui: os Calon e
os Rom!
Sabemos que os Calon falam a chibi, e a chibi é
dividida, em linhas gerais, em dois grandes grupos: “a do nordeste” e “a do
sul”. A “chibi do nordeste” é falada pelos Calon nordestinos e pelos poucos nortistas
(que por sinal são, na sua maioria, de origem nordestina) e possui apenas duas variações:
a chibi falada pelos Calon baianos e a falada por todos os demais Calon no
Nordeste e Norte. Já a “chibi do sul” é falada por aqueles “não nordestinos”,
ou seja, pelos do Centro-Oeste, Sudeste e Sul – exceto, obviamente, pelos de
origem nordestina e nortista que vivem nessas regiões. A chibi do sul tem uma
diferença em relação a do nordeste: há mais variantes e em alguns contextos é
muito menos usada, estando em processo de obsolescência. Alguns paulistas, por exemplo,
falam uma variante própria, diferente, por exemplo, dos Calon gaúchos. O mesmo
acontece com alguns Calon goianos que usam palavras específicas, com
vocabulário trocado diante dos significados de palavra usadas por alguns Calon
paranaenses, por exemplo (carro, não cigano, polícia etc). É importante
mencionar que em muitos grupos “do sul” a chibi está, senão em desuso, sendo
hibridizada com o português. Um estudo feito por Melo (2005) mostrou
que a chibi falada pelos Calon de Mambaí-GO, por exemplo, estaria em fase de
obsolescência, ou seja, num tal grau de desuso que colocava a sobrevivência do
dialeto em risco de extinção.
Agora imaginemos a “babel” que é o universo
linguístico “dos ciganos”, em geral, quando somamos chibi e romanês, o idioma
dos Rom. Há diferenças entre os Kalderash, os Matchuaias, os Rorarranê etc.
Todos se entendem quando falam o idioma, mas não raras vezes disputam pelo monopólio
da “fala correta”, devido às variantes internas. Os Rorarranê, por exemplo,
falam palavras diferentes das usadas pelos Kalderash para os mesmos objetos,
alimentos, fenômenos etc. “É períntio!” diz o kalderash. “Não! O correto é
arêzo!” diz o Rorarranê. "É loê" diz o matchuano. "Não, é lovê!", retruca o kalderash. Quem está certo? Todos!
Consideremos as diferenças de significados entre as palavras
da chibi e do romanês. Como a raiz linguística é a mesma, muitas palavras de um
estão presentes no outro, mas com significados diferentes. Por uma questão de
ética e zelo – a chibi e o romanês no Brasil são mecanismos de proteção – não
revelarei nada que não tenha sido revelado nem palavras significativas, mas,
como exemplo, posso dizer que a palavra para “briga” em romanês é um palavrão
em chibi.
Quanto ao termo “Roma” (ou “Romah”/“Romá”), em
romanês, seu significado é simplesmente o coletivo de Rom, ou seja, ao invés de
falar “os Rons” ou “os Rom”, dizemos “Roma”. “A Roma está feliz hoje, pois
nasceu uma criança”, “a Roma está festejando seu dia hoje, dia 8 de abril”. O meu
querido amigo Viti, Rorarranê, diz: “nós, Roma”. Meu amigo Mile,
Kalderash, diz: “Nós, Roma”. Meu amigo Radko, búlgaro, diz: “Nós, Roma”...
O termo Roma me faz lembrar o conceito de “comunidades
imaginadas” de Benedict Anderson (2008). Segundo diz, uma comunidade imaginada é diferente de uma comunidade real pois não se baseia em interação face a face de seus membros, e, por razões práticas, não pode fazê-lo. Um "vilarejo" é interativo, é uma comunidade real, pois é possível que todos se conheçam ali, mas a comunidade imaginada, por mais que não deixe de compartilhar interesses ou aspectos identitários comuns a todos os que estão sob seu espectro, não se baseia em interação. Roma é a
comunidade imaginada coligada aos seus vilarejos kalderashs, matchuaias, rorarranês
etc. Mas Roma não aplica aos Calon, que tem outro termo para designar sua categoria
nativa, igualmente no plural: Calen, que equivalente à Roma.
Sobre isso é importante que entendamos que em romanês
a palavra “Rom” significa “homem” e “Romi” significa “mulher”. Há uma variante
bastante usada para Roma que é o termo Romani, sem gênero, que se refere a tudo
que envolve a Roma. “O povo Romani”, “a língua Romani”, “os costumes Romani”
etc. Quanto aos Calon, na chibi, em geral, “rom” significa “marido/homem” e
eventualmente à “amigo”. A palavra Calon significa “homem cigano” e seu
equivalente feminino é “Calin”. Um Rom chamando outro Rom de Rom é natural, pois
“rom” em romanês é “homem cigano”. Mas você consegue imaginar um Rom chamando
um Calon de “Rom”? Dependendo do contexto poderia o estar chamando de “marido”,
de “homem” e “amigo”, mas em nenhum caso seria aceito, tanto pela inadequação
de gênero (marido/homem) como também pelo distanciamento étnico (amigo)! Sobre
isso devo acrescentar que entre Calon e Rom sempre houve certo distanciamento,
motivado principalmente pelo etnocentrismo: a velha discussão sobre quem é o “cigano
verdadeiro” ou “legítimo” (MOONEN, 2000, pp.6-8).
Sendo assim, em linhas gerais, a palavra “Roma” não significa
absolutamente nada para os Calon, exceto que todo Calon sabe que não se refere
ao próprio povo, mas aos seus diferentes, os Rom. Voltamos ao significado: a
palavra “romani” (ou rummaní), em uma
variante da chibi do nordeste, significa “maldição” ou “praga”. Diante disso você
já consegue imaginar um Calon que fala o referido dialeto sendo chamado de “Romani”?
Isso explica alguma coisa? Há uma imensa resistência ao termo Roma por essa e outras
coisas. Acredito que só esse mínimo conhecimento linguístico já seria
suficiente para subsidiar agentes públicos a considerar as alteridades e a buscar
um ou mais termos menos conflituosos, que reconhecesse a autoidentificação de
cada grupo, sem interferências e/ou colonização política.
Alguém lá atrás chegou e “deu o tom” da conversa para
as estruturas do poder público, primeiramente em seus próprios “vilarejos” e a
partir deles, nomeando a “comunidade imaginada” como “Roma”. Essas estruturas
de poder político difundiram a terminologia para as demais estruturas diretas e
indiretas, desconhecendo e desconsiderando a liberdade de cada grupo específico
autodenominar-se, e isso, sabemos, sem nenhuma má intenção... foi só um curso
natural das coisas, regado, ao meu ver, com descuido colonial e desinformação, mas
que pode e deve ser corrigida urgentemente. E essa é a questão política da
coisa, vejamos.
Ao longo da segunda metade do século XX ativistas intelectuais
ciganos ganharam destaque internacional na luta por seus direitos. Esses ativistas
não eram Calon, não eram Sinti, não eram Banjara... eram “Roma”! Como tais, ao
enfrentar sistemas políticos anticiganos elevaram sua luta à visibilidade
internacional, tornando-se referências Roma da luta pelos direitos humanos. Eram
Roma! E se eram Roma, diante da repercussão de seu grande trabalho, era de se
esperar que o termo usado para se identificar se tornaria o termo referencial
em ambiente político, para se referir a “todos os ciganos”, “os Roma”. Citarei alguns
nomes em seguida, mas antes conto essa “parábola”, não como a melhor
ilustração, mas tentar traçar um paralelo situacional. Imagine se algo assim acontecesse:
Um cacique
Ianomami, ao ter conhecimento do histórico da origem e do uso do termo “indígena”
para se referir a “todos os povos pré-coloniais no Brasil”, bem como havia sido
o processo que tornou o termo pejorativo em alguns lugares, ficou revoltado e
decidiu organizar um protesto em frente ao prédio da FUNAI. Fez alguns cartazes
onde dizia não se sentir representado por aquele termo, “indígena”, e queria
ser reconhecido e identificado pelo termo étnico de seu próprio grupo. “Sou Ianomami,
não indígena!”. “Sou povo originário! Os colonizadores não tinham o direito de
me associar à Índia. Não sou indígena, sou Ianomami!”. Seu protesto repercutiu em
mídias nacionais e internacionais e movimentou os universos político e acadêmico.
Aquele cacique ficou famoso, deu várias entrevistas, se tornou colunista de
algumas revistas e jornais, foi interlocutor de várias pesquisas e por fim foi
convidado para compor a equipe da FUNAI. Em pouco tempo se tornou o Presidente
daquele órgão. Assim que tomou posse emitiu uma circular interna à toda a
equipe exigindo a troca do termo “indígena” por “Ianomami”. Os debates
acadêmicos afloraram e renomados pesquisadores concordaram com ele. Políticos,
ativistas e artistas se aliaram à ideia e os termos foram atualizados na
Constituição Federal, e a partir dela a todo e qualquer documento brasileiro
referente à temática. Bem, hoje, por mais que muitos dos ditos “povos
originários” tenham incorporado o termo “indígena” a seu vocabulário e senso de
pertencimento, não se usa mais esse termo, mas “Ianomami”. “Os povos Ianomami”.
Acontece que, depois de muitos debates, há alguns grupos “Ianomâmi” que não
aceitam de jeito nenhum o termo para se referir a si mesmos e lutam ferozmente pelo
direito de poderem definir a si mesmos e como perceberam a complexidade, sua
reinvindicação é para que o termo “indígena” volte a ser oficial, já que, como
Caiuás, Guaranis, Kaingangs e outros, não se sentem representados pela palavra “Ianomami”.
É muito provável que não obtenham sucesso nessa luta legítima, pois atualmente
até a ONU já adotou o termo “Ianomami” em seus documentos! Tarde demais”.
Em termos “grosseiros”, essa parábola ilustra bem o que vemos quanto ao
termo “Roma”... o “Ianomami” do contexto cigano. Sabemos que não é
tão simples assim. Estamos cientes disso. Mas é essa a ilustração que encontrei
para tentar transmitir uma “porção de alteridade”, se é que isso existe e que
seja possível. Vá usar a palavra Gypsy
em contexto acadêmico americano para ver o que acontece! Roma se estabeleceu,
pois alguém o inseriu lá na gênese das lutas por direitos. O ativismo brasileiro, descompassado na história, em início de caminhada ativista, ainda resiste!
Não posso deixar de mencionar, rapidamente, um
argumento que ouço bastante: “se usarmos Roma em nossa linguagem conectaremos as discussões do/no Brasil
com as estruturas internacionais". Oras, quanto a isso minha pergunta é: e quando é que as
discussões internacionais irão se conectar com a alteridade daqueles ciganos brasileiros que não
aceitam de jeito nenhum o termo Roma para lhes designar coletivamente? A boa notícia é que as maiores estruturas brasileiras permanecem sensíveis aos ciganos brasileiros e é por conta dessa sensibilidade que ainda existe alguma conexão e empatia favorável ao diálogo. Um bom exemplo é o Ministério Público Federal que realiza o “Maio Cigano” (não “Maio
Roma”, ou "Maio Calon", ou "Maio Sinti"). O Governo Federal usa o mesmo termo para seu projeto “Ciganos no Brasil: diálogo
e construção” (e não Roma, Calon, Banjara no Brasil...). Espero nunca ver
algo do tipo, “Maio Calon” ou “Domani no Brasil” se referindo à TODOS. Nesse sentido - e somente nesse sentido - quanto mais amplo melhor, já que temos aqui um mosaico cigano!
É importante considerar que, como disse no início
deste texto, o termo “cigano” foi uma exodenominação, tornando-se em muitos
contextos sociolinguísticos uma palavra pejorativa, um palavrão e ofensa. Os
conflitos e tensões interétnicas, diante dos graus de ciganofobia em diferentes
lugares e épocas, foram associando “cigano” a “coisas ruins”, à “gente
imprestável”, gerando estigmas profundos. Não é se admirar que alguns dicionários,
em português por exemplo, definam o termo cigano como “trapaceiro” (Cf. RIOS,
2010). Obviamente que, ao contrário do que alguns dizem, o campo etnográfico
não demonstra padrão de significados. O contexto brasileiro – e para afirmar alguma
coisa aqui é necessário um amplo conhecimento de causa – é um desses campos
etnográficos onde podem ser encontradas muitas diferenças semânticas para “cigano”,
mas o processo histórico e a etnografia mostra que esse termo se tornou “categoria
nativa”, usual, natural, correto, adequado e identitário, sem crise alguma.
Mas sim, reconhecemos, em alguns lugares, como na
Romênia (tigan) ou Turquia (cingele), falar em “ciganos” é o mesmo
que falar em “gente escura e com maus hábitos”. Resultado de pura ciganofobia,
de puro anticiganismo, de puro racismo! É por essa particularidade histórica,
principalmente europeia, que o termo foi abolido (ou menos usado). Em 1971, no
1º Congresso Mundial Romani, em Londres, as palavras Romani e Roma foram
escolhidas como oficiais. Sendo assim a terminologia foi aceita por toda a
União Europeia e de lá saiu como termo colonial para “todos” os ciganos, a
partir das estruturas nomeadores dos poderes públicos e também por alguns
nativos.
Para concluir não posso deixar de citar grandes
ativistas Roma, históricos, e em quem nos inspiramos, pois são/foram grandes
vultos do movimento cigano pelos direitos humanos: Nicolae Gheorghe (1946-2013),
Ian Hancock (1942-), Rajko Djuric (1947-), Manush Romanov (1928-2004), Rudko
Kawczynski (1954-), Klara Orgovanova, Emil Scuka (1957-), Aladar Horváth etc.
Esses e outros Roma, contando com apoio acadêmico e político não cigano,
entraram para a história, e se “os ciganos” têm alguma visibilidade no cenário
político internacional hoje, devemos muito a esses Roma. Eles pagaram um alto
preço por terem lutado contra as injustiças sofridas pelo povo, denunciando
violações de direitos humanos contra seu povo... E sabe de uma coisa, não tenho
dúvida que se eles estivessem aqui hoje (e alguns deles estão vivos) acredito
que eles lutariam pelo direito de cada cigano, Roma, Calon ou outro, ser
chamado pelo próprio termo que entende ser melhor representado. “Cigano” ou “Roma”?
Cada um fala por si!
Fotos:
Destaque: Centro Nacional Roma, em Chisinau, Moldávia - 8 de abril de 2011. Festividade comemorativa do Dia Internacional dos Ciganos.
Destaque: Centro Nacional Roma, em Chisinau, Moldávia - 8 de abril de 2011. Festividade comemorativa do Dia Internacional dos Ciganos.
Secundária: estampa em camiseta usada por um cigano Rom búlgaro, numa reunião na Estônia, em 2018.
Referências bibliográficas
CAIRUS,
Brigite Grossmann. A construção das
identidades ciganas no Brasil. Jornal da USP Especial. RevistaUSP
117/textos. 2014. Disponível em: http://jornal.usp.br/especial/revista-usp-117-a-construcao-das-identidades-ciganas-no-brasil/ Acesso
em 06 abr. 2020.
FAZITO,
Dimitri. A identidade cigana e o efeito de “nomeação”: deslocamento
das representações numa teia de discursos mitológicos-científicos e práticas
sociais.
FONSECA,
Isabel. Enterrem-me
em pé – a longa jornada dos ciganos. Tradução de José Rubens Siqueira. São
Paulo: Companhia das Letras, 1996.
MELO,
Fabio J. Dantas de. Os ciganos calon de
Mambaí – a sobrevivência de sua língua. Brasília: Thesaurus, 2005.
MOONEN,
Frans. Rom, sinti e calon. Os assim chamados ciganos. E-texto
nº 1. Recife: Núcleo de Estudos Ciganos, 2000.
RIOS,
Dermival Ribeiro. Grande dicionário unificado da língua portuguesa. São Paulo:
DCI, 2010.
SHIMURA, Igor. ARAÚJO, Marivânia Conceição. Ciganos no Brasil: construções identitárias e memória. In: GOLDFARB, Maria Patricia Lopes. TOYANSK, Marcos. CHIANCA, Luciana de Oliveira. Ciganos: olhares e perspectivas. João Pessoa: Editora UFPB, 2019.
SHIMURA, Igor. ARAÚJO, Marivânia Conceição. Ciganos no Brasil: construções identitárias e memória. In: GOLDFARB, Maria Patricia Lopes. TOYANSK, Marcos. CHIANCA, Luciana de Oliveira. Ciganos: olhares e perspectivas. João Pessoa: Editora UFPB, 2019.
* Igor Shimura é o atual Presidente da Associação Social de Apoio Integral aos Ciganos ASAIC. Foi diretor do Departamento de Igualdade Racial e Étnica (DEPIR) da SNPIR/MMFDH/Governo Federal. É mestre em Ciências Sociais (UEM), especialista em Antropologia Cultural (PUCPR) e Graduado em Teologia (FTSA). É filiado ao Gypsy Lore Society (GLS) e à Associação Brasileira de Antropologia (ABA).