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Mostrando postagens de julho, 2020

Ativismo e Representação Cigana - Artigo 1 - Mídia e Comunidades Ciganas

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Mídia e comunidades ciganas: a construção do imaginário ocidental e o (anti) ciganismo Por Aline Miklos, Gabriela Marques e Aluízio de Azevedo Em maio de 2019, um deputado e seu assessor foram assassinados em plena luz do dia, no centro de Buenos Aires e em menos de 24 horas os assassinos foram presos. Até hoje não se sabe o verdadeiro motivo do crime, mas a origem étnica dos criminosos foi descoberta assim que foram presos e a partir de então a mídia e as autoridades políticas começaram a especular sobre o tema. A ministra de segurança da época, Patricia Bullrich, querendo mostrar a eficiência de seu governo, postou em sua conta de twitter a seguinte frase: "Todo clã mafioso cigano já está detido". Esta afirmação serviu como uma carta branca a toda forma de preconceito. Assim, alguns jornais começaram a dizer que os ciganos costumavam andar armados. No principal jornal do país apresentaram um mapa mostrando onde estava concentrado o maior número de ciganos po

Ativismo e Representação Cigana - Artigo 2 - Ciganologia

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Princípios e desafios da Ciganologia brasileira Brigitte Grossmann Cairus Apesar de constituir um importante elemento do tecido multiétnico da nação brasileira, a história dos ciganos brasileiros manteve-se praticamente ignorada até o final do século vinte. Décadas depois de afro-brasileiros e indígenas terem conquistado sanção oficial, o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva finalmente reconheceu os ciganos brasileiros como uma minoria importante do Brasil multicultural ao inaugurar o Dia Nacional do Cigano, em 2006. [1] Este breve texto explora como a ciganologia brasileira foi, a princípio, desafiada pela construção própria do conceito de brasilidade durante as seis décadas entre 1880 e 1948, e os principais problemas relacionados aos estudos ciganos frente aos paradigmas raciais dominantes de origem. Os ciganólogos brasileiros Alexandre José de Mello Moraes Filho, José D'Oliveira China e João Dornas Filho estavam entre os primeiros a situar o cigano no